Marcas de Minas: novembro 2014

A primeira vez que vi o Rio Doce fiquei encantado.

Na verdade, ele fez parte do meu encanto pela cidade de Governador Valadares – isso foi em março de 2005, quando me mudei de BH para GV.

Lembro estar passando sobre a ponte que liga o centro ao Bairro Ilha dos Araújos e me deparar com aquela correnteza muito forte e caudalosa, batendo nos pilares de sustentação da ponte.

Nunca imaginei que veria um rio de considerada largura baldeando toda uma cidade.

A cor marrom do rio recebia umas pinceladas brancas das inúmeras ondas que eram formadas nos contornos das pedras.

A grandiosidade da enchente me assustou ainda naquele primeiro mês. Fiquei ilhado no apartamento que acabara de alugar.

E todo ano é assim: o valadarense fica se questionando se as águas do Rio Doce vão ultrapassar o limite alcançado pela enchente anterior.

No final de 2013, o nível oscilou mais uma vez acima da cota de inundação de 360 cm.

Hoje, final de 2014, o que se vê é uma seca sem precedentes.

Para tirar estas fotos, fiquei exatamente no meio do leito do Rio Doce, em cima de pedras que nunca foram vistas antes. De margem a margem, agora o que se tem é a medida de um riacho. A água que tenta seguir o seu caminho só é avolumada com a corrente que chega dos esgotos.

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Rio Doce - Seca